Aprenda com Jon Bon Jovi como ser um bom líder.
em documento biográfico, vemos como a liderança de Jon tornou a banda longeva.
Talvez você curta saber que Thank You, Goodnight: The Bon Jovi Story, documentário lançado recentemente, sobre a trajetória da banda americana Bon Jovi, é uma excelente forma alternativa para você conhecer mais algumas lições de liderança, empreendedorismo e enfrentamento ao etarismo.
Confesso que, mesmo acompanhando a banda, há pelo menos três décadas, não fazia ideia da força da influência que Jon Bon Jovi (vocalista e compositor) teve sobre o grupo ao longo desses 40 anos de carreira. Jon, a pedra fundamental do quinteto, continuou sendo o maior alicerce do grupo, principalmente nos últimos 10 anos. Nesse período, eles enfrentaram importantes crises como a saída do guitarrista solo Richie Sambora (que é muito bem esclarecida no documentário) e os problemas vocais de um dos maiores frontmen do rock.
Através dos vários momentos da banda, de crise e sucesso, Jon se posiciona como um líder ágil e bastante humanizado, que viu seu negócio passar por diferentes fases, como um rebranding em 1992, sucessão de fundadores (substituição de Sambora e do baixista Alec Such), ampliação da comunicação com seu público (a chegada da internet no início dos anos 2000) e mudança de gestores, quando a marca e a banda deixou de ser gerida por um empresário para ser administrada pelo próprio Jon e sua família.
Com muita honestidade, o documentário revela fragilidades, medos e superações, uma realidade que não combina muito com a imagem idealizada de um mito. Mas, como qualquer ser humano, Jon e seus parceiros também têm momentos de vulnerabilidades, ficando angustiados com assuntos comuns para os humanos, como o envelhecimento e a morte. Agora, o astro de rock que tem o símbolo do Superman tatuado no braço, para marcar invencibilidade, se vê sem energia depois de um show, lutando bravamente contra os esgotamentos físico e vocal adquiridos com o passar dos anos.
Curioso que como no passado, no auge da fama e juventude, eles pareciam intocáveis e inabaláveis. Agora, o público exige que eles mantenham o mesmo vigor de Livin’ On Prayer, enquanto estão na fase de Bed of Roses.
O etarismo no showbusiness, portanto, é um outro ponto levantado no material. O preconceito contra pessoas por causa da idade, infelizmente, é muito comum entre os meros mortais, principalmente, quando falamos do mercado de trabalho. Porém, entre os ídolos ele também é encontrado. Em vários trechos das entrevistas que costuram o roteiro da pequena série de quatro episódios, percebemos que essa cobrança do público por uma juventude que se foi está provocando uma ansiedade tremenda nos integrantes da banda pela conquista da melhor performance do mundo.
“(...) Não preciso ser o Elvis gordo”
Essa é uma das falas mais polêmicas de Jon no documentário e, apesar de parecer politicamente incorreta e até pejorativa, eu a entendo como um desabafo de um cara que está fazendo tudo que pode para dar mais de 100% ao seu público. Se ele não puder manter a qualidade entregue todos esses anos, para ele “acabou”; ele sairá de cena e não será uma caricatura decadente de si mesmo como aconteceu com o rei do rock no final de sua vida. Deve ser muito difícil lidar com esse auto-perfeccionismo e com a pressão externa de toda uma geração que o viu como sex symbol nos anos 80 e 90 e agora, loucamente, não aceita naturalmente seus fios grisalhos e um corpo menos musculoso.
Mesmo assim, Jon busca forças para engajar a si próprio e o seu time (cujo mais da metade também é 60+), sempre com o propósito de continuar dando vida a novos projetos, como o disco Forever, com lançamento previsto para o mês que vem.
Os resultados gigantescos do Bon Jovi são provas de que o negócio deu sucesso. Quem diria que aquelas apresentações pelos bares de New Jersey, no final dos anos 1970, os fariam chegar tão longe. Mesmo sem ter noção, Jon estava sendo empreendedor do seu sonho de virar astro de rock. Ia nos lugares certos e falava com as pessoas certas. Passou a andar com pessoas que o poderiam ajudar a melhorar sua performance, tendo em seu networking figuras influentes da música local, como Bruce Springsteen (que já era conhecido, mas estava prestes a estourar com Born in The U.S.A). A publicidade do boca-boca fez crescer sua popularidade na região e quando foi possível, foi buscar novas experiências, trabalhando em um estúdio de gravação, em Nova Iorque, onde gravou a demo que trouxe o primeiro contrato.
De forma intuitiva, Jon traçou um planejamento estratégico para tirar o sonho de ser um cantor de rock do papel. Começou a criar estratégias para alcançar os objetivos. Foi assim, quando ele teve a brilhante ideia de mapear todas as rádios de Nova Iork que pudessem tocar a fita demo da, ainda, banda Bongiovani. Encontrou uma que estava começando e procurando artistas desconhecidos. A música Runaway começou a ser executada, os pitchs nas gravadoras começaram a ser feitos e o resto todos nós conhecemos.
Isso sem contar com a incrível façanha de salvar uma mulher de cometer suicídio na John Seigenthaler Pedestrian Bridge, em Nashville, EUA.
Abraços.