Eu, Steven e uma música!
Talvez você curta pular uma faixa e outra da sua lista de músicas para não lembrar de certas coisas. Todo mundo foge de alguma canção feito o diabo foge da cruz. Eu, por exemplo, passo várias eternidades sem chegar perto de muitas, até que um dia paro e penso: eu gosto dessa música. Fu*%. Vou ouvir.
Essa semana foi assim. Tava procurando alguma coisa para ouvir e lembrei que fazia tempo que não ouvia We’re all somebody from somewhere, do Steven Tyler, lançado em 2016 - um dos piores anos da minha temporada em São Paulo.
Essa é uma das músicas countries gravadas por ele em Neshville. Eu o ouvia em repeat durante várias crises de ansiedade, caminhos à pautas indesejadas, noites na janela vendo a vida passar pela Rua Treze de Maio e, o pior, pensamentos que tiravam o meu protagonismo feminino no meu próprio eixo.
Me encontrava mais pelo centro de São Paulo do que dentro de mim mesma. Sério! Conheci muitos lugares trabalhando com reportagem e ouvi muitas histórias que colocavam a minha no mais ordinário lugar, com poucos baixos e vários altos.
Meu parça nessa rotina era Mr. Tyler e My own worst enemy o nosso ponto em comum. Demorou para eu entender o sentido dessa frase, não no sentido da tradução, mas no efeito que ela causa em mim naquele momento. Depois que passei a culpar a quem era de direito, fui embora!!!
Por muito tempo fiquei sem ouvir esse disco porque os primeiros acordes me levavam àquela época. Até hoje, mesmo com tudo superado e sedimentado, ainda é um gatilho (detesto essa palavra, mas ela ainda é eficiente para explicar o que propõe) para mim, contudo, nessa semana eu tomei coragem e apertei o play.
A melhor coisa que eu fiz. O som corroía menos do que eu esperava e a memória musical continua ativíssima! Claro que a cabeça foi para aquele apartamento em alguns momentos, mas logo ela voltou e já trouxe um desafio para mim: qual é a próxima música a ser enfrentada?