Claro que a sugestão para ouvir durante a leitura é o disco As Quatro Estações...
Essa semana foi aniversário de lançamento de um dos mais emblemáticos discos do rock nacional: As Quatro Estações, da Legião Urbana, completou 32 anos. Quanta lembrança querida eu resgatei nesta segunda-feira.
A primeira delas veio da infância, quando eu com 6 ou 7 anos, em Salvador, vi uma faixa - daquelas de pano que eram presas nos postes - anunciando um show do grupo na cidade. Eu já naquela época me interessava por música e me senti super preparada para pedir aos meus pais para me levarem. Claro que eles não levaram.
Passaram-se os anos!!!!
Na adolescência, a Legião voltou aos meus olhos. Estou falando agora de 1993 e do disco O Descobrimento do Brasil. A faixa de trabalho “Perfeição”, era um sucesso juntamente com seu clip. Por causa desse trabalho, me bateu a curiosidade de pesquisar os outros discos do grupo e comecei pelo aniversariante da semana….comprei em um camelô e não sei como não furou. Tenho ele até hoje comigo...todo rabiscado…
Depois de enjoar de Pais e Filhos e Cia LTDA, parti para outros álbuns, claro que os mais antigos...Amava Dois...já estava em um nível de consumo musical tão bacana que descobria que era a banda tocando na rádio pelos primeiros acordes (um orgulho!)...poderia nunca ter ouvido a música - o que naquela época ainda era possível - , mas eu não sei explicar...acho que era o feeling do Dado nas guitarras ou algo que acontecia com eles que dava toda uma identidade sonora inconfundível…
Foi também nessa época que comecei a tocar violão e claro que Legião era fácil nas rodas de viola. Ah! Não posso esquecer das competições entre os amigos para ver quem cantava sem errar a letra de Faroeste Caboclo.
Mais alguns anos para frente...
Chegamos em 1996 e Renato Russo morre em outubro. Uma porrada!!! Mesmo sabendo que ele já não vinha devido as complicações causadas pela AIDS, ainda tínhamos a esperança que ele ficasse mais tempo entre nós...
Nessa época, quando o Brasil segurava o tchan e também chorava pela morte dos Mamonas Assassinas, eu ouvia o acústico MTV Legião Urbana e me acabava com Vento no Litoral. Até hoje me arrepia quando ouço. Imagina que nessa época eu estava com meus 14, 15 anos, sofrendo a cada semana por um novo grande amor eterno!!! Tem trilha melhor do que ela para a sofrência (rs)?
Minha relação com a Legião sempre foi de vai e volta. Eu brigo com os discos, depois faço as pazes. Não sou a maior fã dos caras, mas reconheço a relação sentimental que desenvolvi em torno deles...acho que faz parte do inconsciente de quem cresceu nos anos 80/90 ter essa sensação…
Lógico que a maneira como eu interpreto as canções hoje com 38 anos, é completamente diferente de como eu as via na adolescência...Imagina se eu saberia a representatividade de um cara como Renato Russo assumir no início dos anos 90 que era bi...agora vemos a importância que ele teve também na desconstrução de muita coisa que permitiu que vivamos a liberdade de expressão que temos hoje. As danças a la Morrissey, os discursos neuróticos e pertinentes, a melancolia que lhe acompanhou até o final de sua vida, fez de Russo um cara diferente, mas ao mesmo tempo tão comum entre aqueles que faziam da sua voz as deles…
Nossa!!! Ficou bem piegas esse último parágrafo, mas ok...sou piegas as vezes.